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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A educação que vive, respira, levanta-se e anda: Rubem Alves

No Brasil, muitos desconhecem e muitos conhecem Rubem Alves (biografia), sobretudo a partir do mundo da educação e da literatura infantil, ou de entrevistas na mídia.

Filósofo da vida bem vivida (carpe diem), filósofo da educação, educador filósofo; filósofo das letras, jogando e divertindo-se com elas, como uma criança se diverte com uma pipa colorida; místico filosófico sem praia exclusiva ou reservada; autor, observador, ator e personagem do Zeitgeist, Rubem Alves é produtor de um pensamento alternativo, aqui no sentido mais elaborado do que o comum: o educador que pensa e se repensa constantemente, e se desdobra em diversos “outros”, capazes de se olharem mutuamente sem, porém, perderem a noção da individualidade.

Não esquecendo que o próprio termo “alternativo” se origina no latim “alter” que significa, justamente, “o outro”. Talvez por isso, e porque em busca de diversas objetividades não conflitantes com a Ciência, mas além dela, que Rubem Alves tanto admira, e cita Fernando Pessoa, sobretudo com Alberto Caeiro, um dos heterônimos pessoanos.

Numa entrevista concedida à revista do SINPRO-RS em março de 2002, Rubem Alves declara:

[...] O maior problema da educação brasileira: ela não está ensinando o povo a pensar. O objetivo da educação é ensinar a pensar, não é dar informações. As informações são como a peças de um jogo de xadrez. Quem só tem as peças não sabe coisa alguma. O que importa é a dança das peças nos espaços vazios. Assim é o pensamento. Conheço pessoas que sabem uma infinidade de coisas – parecem-se enciclopédias – mas não sabem pensar. O seu saber é inútil.

Rubem Alves consegue, talvez sem mesmo pensar nisso, lançar sobre o espaço humanizado um olhar (pós)contemporâneo, desconstrutor de pensamentos consolidados sobre isto e aquilo, capaz de reinventar e inovar sem aviso prévio, de uma forma aplicável a quase tudo na vida dos indivíduos e até das instituições, na educação de crianças e de adultos. A educação permanente. Mais que um olhar, é uma prática respiratória (será que ouvi o pneuma da filosofia grega, que adentrava o mundo do pensamento?) que permeia a obra de Rubem Alves e que, mais do nunca, necessária para educar, pensar e lidar com as sociedades complexas de hoje, no sentido que Morin dá ao termo: «Complexo é o que é tecido em conjunto».

A não perder: A CASA DE RUBEM ALVES

Algumas entrevistas estimulantes com Rubem Alves:



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A sustentabilidade ambiental no ensino superior brasileiro

Revista Contrapontos
Periódico científico do Mestrado em Educação da Univali (SC, Brasil). Classificado como publicação B2 no Qualis/Capes.

Vol. 9, No 2 (2009)
Educação em Diferentes Contextos

Maio - Agosto de 2009 - Índice >>

ISSN: 1984-7114 (Versão eletrônica)


A Sustentabilidade no Ensino Superior Brasileiro: alguns elementos a partir da prática de educação ambiental na Universidade

Fátima Elizabeti Marcomin, Alberto Dias Vieira da Silva

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Resumo

A inserção das questões ambientais na universidade surge como um centro de gravidade importante dentro da temática ambiental e, particularmente, no âmbito da Educação Ambiental (EA). Da consciência ambiental dos futuros profissionais, formados nas universidades, dependerá em parte a capacidade humana para inverter o índice ainda crescente de degradação do meio ambiente, prevenir catástrofes maiores e resgatar, a prazo, a sustentabilidade planetária. Além de suas funções tradicionais de ensino e pesquisa, as universidades brasileiras socialmente responsáveis possuem, tradicionalmente, uma atividade forte em extensão universitária. Face à degradação do meio ambiente e a inúmeros problemas não resolvidos no campo social, a universidade passa a alargar sua responsabilidade social a uma responsabilidade ambiental, o que, no contexto brasileiro em particular, implica um esforço de transformação das mentalidades e de melhoria das condições materiais e culturais. Verifica-se que a maior parte das iniciativas para uma "universidade sustentável" no Brasil incide até agora na ambientalização dos currículos e no incremento da pesquisa ambiental, com pouco respaldo dos principais decisores, e na quase ausência de políticas públicas integradoras de educação e sustentabilidade. Dada a transversalidade inerente à abordagem ambiental, considera-se que as diversas faces, níveis e atores da ambientalização da universidade deverão basear-se em pessoas comprometidas ou, no mínimo, não resistentes à mudança, numa estrutura institucional e funcional também transversalizante, integradora de processos e objetivos, aberta a metamorfoses, e capaz de refletir mudanças de paradigma, da Reitoria à sala de aula. O presente trabalho alicerça-se em dados provenientes de pesquisas bibliográficas e participativas realizadas pelos autores em Santa Catarina, e em dados obtidos através de sua experiência na implantação de projetos ambientais e de Educação Ambiental, sobretudo no ambiente universitário, tendo como centro a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

Palavras-Chave: educação ambiental, gestão do ensino superior, ambientalização da universidade.

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