Indias Occidentaes: Artigo no jornal NOTISUL - Pé da serra: traço de união ou linha de fronteira?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Artigo no jornal NOTISUL - Pé da serra: traço de união ou linha de fronteira?

Alberto Vieira da Silva

Existe um acervo importante de lições da História universal, amplamente ensinadas nas universidades, mas nem sempre aprendidas pela classe política. Platão desejava que os príncipes fossem filósofos e que os filósofos fossem príncipes, sem o que – escrevia o grande gênio, ao qual se deve o termo “academia” – não terminariam os males das cidades. No caso, interessa o que poderíamos aprender, aqui no sul catarinense, sobre fragmentação administrativa ou política de uma dada região; antes, porém, é importante enquadrar o tema do presente artigo de opinião.

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1ª parte: Jornal Notisul de 23-07-2009 - Opinião do Leitor, pág. 14
2ª parte: Jornal Notisul de 24-07-2009 - Opinião do Leitor, pág. 14
3ª parte: Jornal Notisul de 06-08-2009 - Opinião do Leitor, pág. 12
4ª parte: Jornal Notisul de 07-08-2009 - Opinião do Leitor, pág. 12

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Blog experimental de Alberto Vieira da Silva

Se, como era corrente no Renascimento europeu, "a experiência, que é madre das cousas, nos desengana e de toda a dúvida nos tira", este blog é e será sempre experimental.

Foi no Renascimento que começou a estruturar-se o pensamento científico, ainda em estado puro, total, sistêmico, antes da fratura hiperdisciplinar que o condenou ao divórcio com a Humanidade, com a Natureza, e com a realidade "real" das modalidades possíveis de pensamento. Diversão acidental da qual só começou a recuperar no final do século vinte.

É, portanto, definitivo que este blog é experimental. Experimental porque nunca construído; experimental, porque o tempo se constrói e destrói permanentemente a si mesmo e a seus filhos (mito de Chronos); e experimental, ainda, porque vou nele fazendo diversas experiências.

Ora, a expressão "A experiência é a madre de todas as cousas" é frequentemente atribuída a Pedro Nunes, geógrafo, cartógrafo, cosmógrafo e autor português do século dezesseis. No entanto, tudo leva a crer que ela ocorre mais num outro autor da época, Duarte Pacheco Pereira, conforme se argumenta num estudo do Prof. Onésimo Almeida, de 1998, publicado pelo Instituto Camões: Sobre a revolução da experiência no Portugal do século XVI: Na pista do conceito de "Experiência a Madre das Cousas".

Indias Occidentaes?

Houve um tempo, na Europa, em que se acreditava que poderia encontrar-se a mágica India dos mitos e das lendas, navegando sempre para ocidente. É verdade. Mas antes de encontrar as Indias Orientais, os navegadores teriam sempre que aportar às costas americanas.

Na imprecisão relativa do conhecimento medieval, quaisquer terras situadas a oeste do Atlântico, estariam situadas nas Indias. O conhecimento geográfico mostrou que, afinal, no extremo oeste do Atlântico não estavam as Indias Orientais, mas sim outro continente, cujos contornos receberam o nome de Indias Occidentaes. Assim se escrevia na antiga grafia da língua portuguesa.

No início do século vinte, apenas uma pequena parte das costas das Américas, na região do Caribe, ainda tinha o nome "Indias Ocidentais". O Brasil faz parte das antigas e nebulosas, imprecisas e brumosas Indias Ocidentais... Estas são as nossas brasílicas Indias Ocidentais, mais ao sul. Sul do ocidente, ocidente-sul, sul do trópico, seguindo o roteiro do sol pelo Cruzeiro do Sul.

Do sul do Brasil, Santa Catarina, seguindo o roteiro do sol, de oriente para ocidente, no eixo do Cruzeiro do Sul, eis as novíssimas Indias Ocidentais. A civilização passa por aqui.

ARQUÉTIPOS

"Enquanto os filósofos não forem reis, ou os reis e príncipes deste mundo não tiverem o espírito e o poder da filosofia; e a grandeza política não se fundir com a sabedoria; e enquanto os de natureza vulgar que perseguem os demais para excluí-los não forem obrigados a afastar-se, nem as cidades nem a raça humana – assim acredito – terão descanso de seus males; só nesse momento o nosso Estado terá uma possibilidade de vida e de contemplar a luz do dia."
- Platão. A República, Livro V.

Salto no tempo ou algo como editorial

Criei este blog há pouco mais de um ano, mas acabou não acontecendo por falta de tempo livre para dedicar-me à agricultura das idéias. Ser fazendeiro de idéias exige algum tempo, pela profusão das criações e das culturas.

Só que, há algum tempo atrás, fui provocado por amigos e colegas a escrever sobre política e sociedade. E depois existem aquelas vozes aqui dentro que trazem idéias com o vento e palavras esquisitas como Zeitgeist, que no Oriente de cultura védica chamam de Pramantha: o espírito do tempo presente (log, do futuro imediato), entenda-se como tendências gerais, inexoráveis e imparáveis por sua magnitude.

Nas últimas duas semanas, então, o jornal Notisul, de Tubarão, convidou-me para escrever um artigo sobre um assunto de municipalismo regional e para dar uma entrevista sobre idéias políticas. Depois, foi o Fábio Régio Bento que pegou num excerto de uma conversa que tivemos por email e publicou no blog dele ampliado em Brasil feudal - Brasília como Versalhes; e, não contente com isso [risos], ainda publicou na coluna semanal que tem no jornal. O Valter Schmitz deu a maior força e até algum combustível, cuja fórmula é absolutamente confidencial. Depois ainda, tenho aqueles artigos que escrevi durante cerca de um ano no jornal A Tarde, de Salvador; se foram publicados num jornal com a circulação desse, são mesmo para circular - pensei.

Enfim, coisas aconteceram por aqui, o mato mexeu com o frêmito, chegou a tribo com os curumins e o piaga. E foi assim que resolvi ressuscitar pela segunda vez o blog INDIAS OCCIDENTAES, que já tinha sido começado em Lisboa faz quase dez anos, mas cujo conteúdo um computador semi-abandonado selou com um disco rígido anquilosado, que acabou por parar; e, há um ano atrás, renasceu do ponto zero, mas apenas com uma apresentação até hoje. Como se diz popularmente, às três é de vez.

Indias Occidentaes

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Artigo no jornal NOTISUL - Pé da serra: traço de união ou linha de fronteira?

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